Rosane Porto
Aprendi que a vida não é um morango, mas que amanhã sempre poderá ser
o primeiro dia do resto dela e que eu tenho que vivê-la prestando atenção nas
flores que nascem pela beira do caminho: elas podem não ser os girassóis que
idealizei, no entanto, as margaridinhas, são o melhor que a natureza pôde
produzir na escassa terra que eu nem sempre reguei, por isso, as contemplo com
a mesma paixão que contemplaria os girassóis...
Aprendi que os espinhos são indissociáveis das rosas e me ferem de
vez em quando por que, de vez em quando, esqueço-me que a flor está ali. Assim,
aceitei que a dor é nada mais do que o despertador que o universo usa para nos
colocar em movimento...
Aprendi que se eu não aprender a controlar o meu medo, ele me controlará...
ele poderá me roubar a chance de ser feliz agora porque o presente é a única
dádiva da qual eu tenho a certeza de estar desfrutando...
Aprendi que não posso ser tão intolerante comigo mesma a ponto de não
me perdoar por não estar sendo o suficiente para alguma situação ou momento,
assim, aceitei que a minha medida é o tudo que eu posso ser: o máximo que eu
puder ser de mim mesma. Isto basta.
Aprendi que importa o que eu quero e que isso deve me mover porque a
vida só me dá o que eu for capaz de buscar, assim, entendi que preciso
considerar o valor daquilo que me disponho a conquistar e não a dificuldade da
caminhada...
Aprendi que muitas coisas não são como me contaram: que anjos não são
perfeitos, assim como algodão doce não é feito de nuvem...
Aprendi que toda a vez que pensamos
que não podemos ir mais longe do que já chegamos ou suportamos, a estrada
sinuosa da vida nos ensina que podemos mais do que supomos e que a essência de
viver é – singelamente - aprender...
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