terça-feira, 24 de julho de 2012

O Equilibrista

Rosane Porto


Era apenas um fio de barbante...

Um fio, do jeito que pode ser:



Fino como são as coisas que parecem frágeis,

longo como a espera por algo que se quer muito ver acontecer ou chegar,

solitário como o vento em noite sem luar,

resistente como a onda do mar que abraça, insistentemente, a praia...



Era, apenas uma bola...

Uma bola, do jeito que pode ser:



Esférica como são os grandes amores...



 E um elefante...

Um elefante????

Sim! Um elefante do jeito que pode ser:

Forte e grande como o vazio esculpido pela saudade...



E a bola se apoiava no fio e o fio sustentava a bola...

Mas...

Quem suportava o elefante?

Quem?

Era apenas um homem...

Um homem, do jeito que pode ser um homem capaz de suportar um elefante:

Um equilibrista...



Feliz...

como bolha de sabão viajando pelo ar,

como folha dançando no vento em manhã de primavera...



Triste...

como não acreditar em fadas,

como dia cinzento,

como balanço sem criança...



Sim! Um equilibrista do jeito que tem que ser:

frágil como o fio,

forte como o elefante,

incrível como ele mesmo!




Dedicado ao Marlon, que deu vida às minhas palavras, grande inspiração que fez este texto nascer...


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